A felicidade nas relações amorosas pode ser interpretada de muitas maneiras, mas de modo geral espera-se que:
A felicidade seja um estado de satisfação, em que predominam afetos positivos (como alegria, prazer e conforto) e/ou
A felicidade significa um conjunto de experiências e atitudes que levam ao crescimento pessoal e do casal, à partilha e construção de significados, à autenticidade da relação e a um projeto de vida comum.
O ideal é que uma relação saudável englobe as duas dimensões: a dimensão da satisfação, pois é preciso que a relação seja boa de ser vivida, seja fonte de prazer, de alegrias, de tranquilidade, assim como é fundamental que englobe a dimensão do crescimento. Esta segunda dimensão, alimentada por certos nutrientes, relacionados com o desenvolvimento psicológico do casal, promoverá a sua longevidade construtiva.
Mas, antes de entender quais são esses ingredientes, é preciso perceber que cada relação é única e que cada casal construirá a sua própria história, com base em características pessoais, experiências, objetivos e desafios partilhados.
Uma relação feliz é, no fundo, uma relação florescente, que promove o desenvolvimento daquilo que há de melhor em cada um dos envolvidos. Fortalecendo, assim, verdadeiramente os laços de amor num sentido mais amplo. Ao longo da vida a dois existirão, inevitavelmente, dificuldades, que podem ser percebidas ou como um empecilho para a felicidade ou como fonte de união, de descoberta recíproca, de crescimento. Cada casal e cada pessoa na relação decidirá como interpretar esses momentos.
As relações íntimas na vida adulta, que acontecem principalmente no âmbito das relações amorosas, oferecem a rica oportunidade de conhecer mais verdadeiramente o outro e também de dar a conhecer-se em profundidade. Trata-se de uma parceria que tem todo o potencial para ser forte, segura, rica de significados e feliz! Para isso acontecer, ambas as partes devem estar disponíveis.
Esta disponibilidade verifica-se quando demonstramos:
Dedicação
Quando dedicamos o nosso tempo ao outro, prestando atenção naquilo que ele tem a dizer, no que deseja partilhar, disponibilizando a nossa companhia. Surpreendendo-o com pequenos gestos de carinho no dia a dia.
Interesse
Quando estamos verdadeiramente empenhados em conhecer o outro, aquilo que ele gosta, o que ele faz, o seu dia a dia, os seus medos, receios, insatisfações, alegrias, a sua história. Para cultivar o interesse, é preciso ter tempo para o diálogo, sem que este seja constantemente perturbado pelo telemóvel, pelas rede sociais, pela televisão…
Confiança
A confiança é fruto do respeito ao que se é combinado. Todos os casais tem as suas regras de funcionamento e é preciso respeitá-las. É fundamental ser coerente e agir conforme o que se fala.
Companheirismo
Estar junto do outro quando sabemos que ele espera pela nossa companhia e apoio. Demonstrar interesse em partilhar este momento.
Paciência
Entender que todos nós nem sempre estamos bem dispostos e que cada um tem o seu tempo para se realinhar. Tentar perceber como o outro funciona e procurar respeitar esse limite. Às vezes, são pequeninas coisas pelas quais não vale a pena se chatear, pois o lado bom da relação é imenso. Quanto mais alimentamos um padrão de reclamação, mais ele cresce e menos espaço sobra para vermos quanto tempo e energia perdemos com implicâncias. O outro também perceberá isso quando mudarmos de atitude.
Bom humor
Dar boas gargalhadas juntos faz muito bem a qualquer relação. Cultivar momentos de espontaneidade e brincar, até com os problemas, só traz alívio e cumplicidade.
Abertura
Estar disponível para experimentar coisas novas, sem julgar, sem criticar, sem levantar barreiras a priori. Entender e acolher aquilo que o outro ou você mesmo deseja.
Empatia
Colocar-se no lugar do outro e tentar perceber a sua perspectiva das coisas. Somos todos diferentes e nem sempre sentimos e reagimos da mesma maneira.
Autoconhecimento
Tentar compreender melhor o que se passa connosco interiormente, antes de partilhar de modo impulsivo os nossos sentimentos e pensamentos. Mais vale refletir e se perceber a si mesmo, ao invés de agredir, acusar, criticar, pois muitas vezes estamos a descarregar e a projetar questões que são nossas.
Carinho e gentileza
Estas atitudes tem que ser um hábito. Não podemos relaxar e descuidar do outro, da relação. Prestar atenção no próprio tom de voz, no uso de imperativos, nas próprias posturas, pois o corpo também fala e muitas vezes estamos a dar as costas ao outro sem perceber.
São tantos os ingredientes necessários para a felicidade conjugal que só o amor apaixonado não basta.
O desejo de ser feliz para sempre é um ideal que pode e merece ser cultivado no dia a dia, com muito empenho e com atitudes, maduras e transformadoras!