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Category: Riscos Psicossociais

Bem-estar no Teletrabalho: gerindo o Tecnostresse

O teletrabalho é o novo regime de trabalho em tempos de crise pandémica. A adaptação a esta realidade nem sempre é ou foi fácil e exige de cada um de nós, diariamente, abertura para novas aprendizagens e descobertas. Ao mesmo tempo, com a falta de fronteiras físicas entre o ambiente profissional e o espaço pessoal, somos desafiados a redescobrir e a redefinir limites e necessidades.

Neste “novo normal”, o uso intenso das tecnologias deixa-nos sujeitos a um tipo específico de stresse: o Tecnostresse. A sobrecarga de informação, de exigências, a complexidade cada vez maior do ambiente digital, fruto de atualizações e inovações constantes, a falta de limites claros no tempo e no espaço e a velocidade da informação e da comunicação, geram, por vezes, uma vivência subjetiva de tensão, a qual pode acarretar insegurança e incerteza com relação ao futuro e às próprias capacidades de fazer frente aos inúmeros desafios.

Algumas dicas poderão lhe ajudar a gerir melhor o dia a dia a teletrabalhar:

Domínio pessoal

  • Mantenha um estilo de vida saudável: cuide do seu sono, alimentação e pratique exercício, pelo menos 30 minutos diariamente
  • Identifique a melhor rotina para si e seja disciplinado
  • Busque o equilíbrio entre trabalho-vida pessoal: identifique e respeite as fronteiras no dia a dia. Evite sobrepor atividades de diferentes áreas da vida
  • Peça ajuda e conheça os seus limites: o diálogo é uma ferramenta fundamental
  • Defina os momentos de se desconectar
  • Cultive momentos de lazer/ relaxamento diariamente: esses momentos ajudam a reestabelecer os seus recursos
  • Mantenha-se firme com os cuidados: uso de máscaras, lavagem das mãos e distanciamento social
  • Seja seletivo com a exposição à informação. Defina os seus critérios

Domínio profissional

  • Defina e cumpra o seu horário de trabalho
  • Planeie a sua semana
  • Conheça e clarifique os seus objetivos
  • Pratique a assertividade: seja claro, não se vitimize ou culpabilize terceiros
  • Foque naquilo que controla e faça a sua parte
  • Baseie-se nas evidências: não faça inferências ou “sofra” com base no acho que…
  • Se tem dúvidas, pergunte, informe-se
  • Prepare-se com calma para as reuniões
  • Faça uma coisa de cada vez. Evite o multitasking
  • Foque no processo: crie planos de ação e avalie o seu progresso a cada etapa
  • Faça “check-ins” ao longo do dia: pare, perceba-se e pergunte-se o que precisa
  • Reserve um tempo de foco

Para cultivar o bem-estar digital

  • Converse com a sua equipa sobre bem-estar digital e em conjunto acordem as melhores práticas. Alinhe expectativas
  • Deixe claro quando está disponível. Utilize as mensagens de estado
  • Defina a sua rotina de uso da tecnologia, tenha tempos de pausa
  • Desligue as ferramentas de distração. Utilize apenas o necessário e verdadeiramente útil
  • Faça uma utilização inteligente das ferramentas digitais, adequando-as aos seus objetivos
  • Organize o volume de informação, criando regras para a gestão da sua caixa de email
  • Opte por um canal preferencial de receção e envio de informação sempre que possível e informe os seus colegas e clientes sobre o mesmo
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Riscos Psicossociais e Saúde Psicológica Ocupacional

As investigações na área da Psicologia da Saúde Ocupacional têm demonstrado a importância de se avaliar os Riscos Psicossociais a que estão expostos os trabalhadores nas organizações.

Diante das mudanças económicas e de uma realidade cada vez mais instável e dinâmica no âmbito do trabalho, a temática da promoção e manutenção do bem-estar dos colaboradores ganha relevo, tendo em vista o seu impacto nas relações profissionais, na produtividade, na qualidade da execução dos processos e na própria saúde, física e mental das pessoas.

O trabalho pode ser vivido como fonte de realização ou sofrimento e as organizações, em parceria com os colaboradores, têm um papel ativo e significativo em promover um ambiente salutogênico, fértil no que se refere ao desenvolvimento do melhor potencial das pessoas.

Quanto mais saudável é o ambiente organizacional melhores são os resultados obtidos, em termos de engagement, resolução de problemas, flexibilidade, assiduidade e alinhamento com os objetivos da empresa.

Um ambiente organizacional saudável é promotor de sentido e de um clima emocional de confiança, colaboração, segurança e respeito. A qualidade do trabalho desenvolvido pelas pessoas depende da satisfação de necessidades psicológicas, que interferem directamente na estabilidade do bem-estar laboral.

Somente tendo em consideração a importância da dimensão psicossocial do trabalho e os seus efeitos sobre o bem-estar é possível estabelecer com os colaboradores uma parceria construtiva, em que todos na organização ganham e se desenvolvem.

A avaliação de Riscos Psicossociais é, portanto, o primeiro passo para perceber em que medida as necessidades humanas estão a ser satisfeitas nas organizações. A partir da compreensão do grau de exposição a estes riscos é possível construir um plano de intervenção com vistas à promoção de um ambiente de trabalho mais saudável!

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