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Tag: Forças pessoais

O papel da gratidão no desenvolvimento pessoal

A Psicologia Positiva é uma nova área de estudo da ciência psicológica, que tem como especificidade o foco no desenvolvimento do potencial humano.

Afinal, todos nós podemos ser melhores do que somos!

Porém, ao longo da nossa história, segundo a Psicologia Positiva, adoptamos uma certa passividade no que se refere à tomada de consciência acerca das nossas reais forças e virtudes, sobre o que verdadeiramente nos faz sentir bem, nos alimenta a “alma” e nos faz crescer como pessoas, dotadas de desejos, vocações e sonhos.

Acostumamo-nos a considerar a queixa como um estado natural da condição humana, sem dar a devida atenção aos efeitos nocivos de tal mentalidade.

Habituamo-nos a esperar “sentados” que o outro mude, que o “milagre” aconteça e pouco ou quase nada nos indagamos sobre os significados implícitos/explícitos das nossas atitudes, da nossa dificuldade de pensar diferente, de fazer diferente e de nos responsabilizarmos pelas nossas decisões/omissões/adiamentos….

Além disso, temos pouca prática em perceber, reconhecer e valorizar aquilo que de bom nos acontece no quotidiano. Temos uma certa tendência a focar nas situações negativas, a lembrar delas como marcos na nossa história.

Contudo, podemos transformar este nosso olhar.

O exercício das 3 Bênçãos, que é em essência um exercício de Gratidão, é um bom ponto de partida para praticarmos esta capacidade de detectar e dar valor a tudo que de positivo nos acontece.

Como o exercício das 3 Bênçãos pode ajudar o nosso desenvolvimento pessoal?

Este exercício nos ajuda a reflectir sobre a nossa capacidade de apontar e ver no outro, isto é, fora de nós (e em nós) aquilo que consideramos importante. O objectivo é desenvolvermos e ampliarmos a nossa capacidade de foco para aquilo que de positivo nos acontece (e podemos fazer).

A proposta é tomar notas, durante uma semana, de três situações/vivências boas ocorridas diariamente. Podem ser situações muito simples, pequenos gestos espontâneos que nos fazem sentir bem ou ver algum sentido nas nossas vidas, mesmo que por alguns segundos.

Juntamente com este ampliar de consciência para o que acontece à nossa volta, este exercício oferece-nos uma oportunidade muito valiosa: é para esta oportunidade que chamo aqui a atenção e considero que este é o seu principal potencial transformador.

Ou seja, através desta simples tarefa, podemos olhar de coração aberto, sem desculpas, para tudo aquilo que escrevemos, como experiências positivas e saudáveis, e perguntar, com toda a sinceridade, se também praticamos estas atitudes.

Se quisermos fazer a diferença e crescer, precisamos começar a promover mudanças em nós, com toda a coragem, colocando em ação tudo aquilo que já sabemos, por experiência, que funciona!

Fica, então, aqui a dica: olhe para si e desenvolva-se!

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Desenvolver as forças de carácter e desabrochar virtudes!

Para a Psicologia Positiva é importante conhecermos as nossas forças de carácter, pois é através da vivência e desenvolvimento delas que podemos desenvolver as nossas virtudes.

Todos nós temos potencialmente 6 grandes virtudes: 1. Sabedoria e conhecimento; 2. Coragem; 3. Humanidade; 4. Justiça; 5. Temperança; 6. Transcendência.

Cada uma destas virtudes pode ser desenvolvida com o exercício diário de algumas qualidades/forças!

1. Para desenvolver a sabedoria e o conhecimento, permita-se ser:

Criativo

Curioso

Tenha uma menta aberta

Goste de aprender, descubra coisas novas e aprimore tudo aquilo que pode fazer melhor

Experimente ver as situações através de diferentes perspectivas

2. Para exercitar a Coragem seja:

Honesto com o outro e consigo mesmo

Seja persistente com relação aos seus desejos e objetivos: trabalhe por eles

Saboreie os pequenos momentos e acredite no potencial construtivo da vida

Acredite que tem força e energia para vencer os desafios: as intempéries passam e dias melhores sempre virão

3. Para desenvolver a sua Humanidade:

Valorize aqueles que estão à sua volta e estabeleça relações de confiança

Tenha empatia, coloque-se no lugar do outro e tente perceber como ele se sente e quais são os seus motivos

Exercite a inteligência social, seja prestativo e amável: experimente sorrir ao invés de resmungar

Seja consciente dos seus próprios sentimentos e motivações

4. Para exercitar a Justiça:

Tenha atitudes de civilidade: respeite o outro e o ambiente

Lembre-se que os seus direitos e deveres também se aplicam ao outro

Colabore para uma vida comunitária mais saudável

Trate a todos com respeito e dignidade

Tenha iniciativa e faça você a sua parte, mesmo que em algumas situações nem todos estejam a colaborar

5. Para ter mais Temperança:

Relativize algumas situações e tente perdoar, lembre-se que o outro tem dificuldades e nem sempre consegue ser ou fazer aquilo que você espera

Seja modesto, lembre-se que você tem qualidades e defeitos

Seja prudente, controle a impulsividade todas as vezes que perceber que ela não será construtiva

Respire fundo e pense com calma: tudo passa

Seja otimista

6. Para alcançar a Transcendência:

Aprecie a beleza: da vida, da natureza, dos gestos…

Seja grato, há sempre algo que nos faz sentir abençoados

Tenha esperança e fé.

Depois de entrar em contacto com todas estas dimensões, o que pode melhorar em si?

Boas reflexões e que tragam crescimento!

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Psicoterapia e autoconhecimento

Sempre houve uma associação entre psicoterapia e doença mental.

Quem vai ao psicólogo no imaginário do senso comum é alguém que tem problemas emocionais, ou ainda um casal, uma família, que tem algum tipo de perturbação.

Esta falsa compreensão impediu durante muito tempo que as pessoas buscassem ajuda psicológica.

Os sentimentos de fracasso pessoal e vergonha eram uma barreira que mantinha a pessoa/casal/família em sofrimento.

O medo do estigma, daquilo que os outros podiam pensar/julgar falava mais alto, sendo preferível enfrentar os problemas sozinho(s).

Porém, a psicoterapia não trabalha apenas com o alívio da dor psíquica, mas com o autoconhecimento.

Este é um trabalho que envolve muita coragem para questionar a si mesmo, a própria história, os  afectos, o padrão habitual de reagir aos eventos e desafios da vida.

É mergulhando em nossa linha do tempo que podemos encontrar os nossos pontos frágeis e os mais fortes (e isso se aplica aos casais e às famílias também), redescobrindo potenciais muitas vezes adormecidos e desenvolvendo qualidades que antes imaginávamos, em função do medo de fazê-las desabrochar, impossíveis de serem vividas.

Faço um alerta para aqueles que assim se pensam: a nossa biografia nunca será simples e predestinada, pois o nosso mundo mental é  rico de percepções, afetos e significados únicos, capazes de dar um novo rumo à nossa história sempre que assim o desejarmos.

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